Sabe aquela sensação de que você
não consegue mostrar o que está tentando? Às vezes me sinto assim, uma
“incompreendida” (rs)... E hoje, eu queria dividir com vocês um sentimento que,
talvez, seja conhecido de alguns (virghe essa introdução me pareceu bem
depressiva agora que li, mas afinal, esse blog não é sobre se achar invencível,
é sobre ser forte reconhecendo nossas fraquezas).
Aquela sensação que vem quando
parece que seus atos não se adequam ao que os outros veem, falam ou até esperam.
Na verdade eu acho que isso é mais frequente nas pessoas que, como eu, se
cobram muito. Porque, o mundo já te garante uma taxa bem grande de cobranças,
se somadas as suas o nível pode ficar estratosférico. Se sua régua já é alta e sobe a cada dia você
corre o sério risco de se sentir incompreendida quando os outros não
conseguirem sentir seus sentimentos, seus medos, suas vontades...
Mas pense comigo um instante... Por
que nos sentimos assim? Afinal, se o foco deve ser estarmos satisfeitos
conosco, se é importante não nos adequarmos ao mundo, mas sermos únicos sendo
felizes com isso, porque esperamos tanto assim essa tal “compreensão alheia?”.
Também não me venha com essa de
que você não liga para o que as pessoas pensam... Todos ligamos! A questão não
é ligar, a questão é entender que nem sempre haverá unanimidade nos
julgamentos, então você não precisa esperar que te aceitem como você é (e para
melhorar, eu sei que existe alguém que vai me aceitar!).
Quando eu me sinto assim, me
forço a refletir sobre o que exatamente eu estou esperando dos outros. Lembro-me
de que minha prioridade não é ser aceito (pelo menos não neste mundo). Afinal,
não há um padrão de normalidade pré-determinado. Eu quero SER FELIZ!
É claro que eu acho importante
mudar, às vezes esse é o único caminho para que você alcance seus objetivos e
eu tenho me esforçado muito nisso. Mas é importante saber por que você quer
mudar e nunca, nunca, pode ser simplesmente por achar que é a única forma de
ser aceito. É preciso ter muito cuidado para não ter a constante sensação de
existir para o outro.
Ser “compreendido” nunca vai ser
unanimidade. Eu me esforço em não rotular ninguém e espero que as pessoas
possam fazer o mesmo comigo, mas quando não fazem, e essa sensação bate forte
em mim, lembro-me que eu preciso ser madura e viver com isso, tentar mudar é
uma condição importante, mas mesmo que você faça o que esperam de você, sempre
haverá um algo mais. Como dizem por ai: “Falta-me um "quê" de não sei
o quê”.
Para terminar, eu vou colocar
aqui abaixo uma história que deve ser conhecida de muitos... a paráfrase é de
Paulo Grigório, mas a história é de alguém que entende muito bem sobre
aceitação.
“Todas suas vizinhas a
desprezavam.
Ela podia sentir, ao
caminhar pelas ruas daquele vilarejo, os olhares se desviando dela, e ouvia os
comentários maliciosos que lhe faziam pelas costas.
Por isso, evitava ao
máximo os contatos sociais, não participando das atividades comuns das demais
mulheres, daquele lugar.
Isso lhe doía muito, e
a fazia pensar: mas eu não tenho culpa, eu sou a vítima nessa história...
Eu que fui enganada,
vezes após vezes, com palavras doces e meigas, porém vãs, de quem me prometia
abrigo, aconchego, segurança, um nome na sociedade, o respeito público.
Não uma, mas cinco
vezes...
Cinco homens me usaram,
aproveitaram-se de minha ingenuidade, querendo apenas minha beleza, meu corpo.
E, depois, foram embora, deixando para trás minha vida em pedaços, meu coração
esmagado...
A assim, decidi: não
confio mais em nenhum. E também não preciso da amizade de nenhuma mulher desta
cidade. Quero, simplesmente, viver minha vida. Por isso me tornei uma pessoa um
tanto quanto ríspida: antes que me ataquem, eu percebo a maldade no olhar
delas, e acabo com elas com palavras duras e ferinas. Sou assim mesmo, não meço
minhas falas, se machucar alguém, problema dessa pessoa por ser tão sensível.
Afinal, a vida é cruel.
Atualmente, outro
apareceu, da mesma maneira: voz mansa, palavras meigas, carinhoso, afirmando
que é diferente dos outros.
Na verdade, ele fala o
que quero ouvir, e me trata como quero ser tratada!
Será que este é
diferente? Será que quer mais do que meu corpo, quer meu coração, compartilhar
sua vida comigo? Ser o braço forte que tanto preciso?
Entretanto, ele está
comprometido com outra mulher...
Diz que não a ama, que
ela o maltrata, o despreza, e por isso, está em processo de separação.
A princípio eu não
quis, mas a forma como ele me trata... por isso, cedi, e estou com ele.
E agora, mais do que
nunca, sou desprezada e odiada pelas outras mulheres.
Por isso prefiro andar
só. Todas vão de manhã buscar água no “Poço de Jacó”, mas eu vou quando o dia
está mais quente, pois sei que não vou encontrar nenhuma daquelas fofoqueiras
presunçosas.
Mas, ao se aproximar do
poço, ela avista alguém sentando nele: Jesus!
Certamente você já sabe
de quem estou falando, nesta narrativa livre, uma verdadeira paráfrase da
história contada por João em seu evangelho, capítulo 5.
Você sabe como continua
a história: o diálogo que o Senhor tem com ela, não a menosprezando, mas retira
camada a camada daquela “casca de proteção” que ela criou sobre si mesma. E
atinge o seu coração, que se abre para a verdade de Jesus, crendo nele
completamente!
Este relato nos ensina
uma verdade fundamental, válida para mim e para você, nos dias atuais: Jesus,
em seu tão grande amor, graça e misericórdia, se compadece de nós, e se propõe a ter um encontro conosco, onde
curará as nossas feridas d’alma, retirando-nos de dentro de nossa casca de
isolamento e amargura, nos levando a um novo tempo de vida, livres de nossas
prisões! O Senhor lhe diz, hoje: "Beba da água que eu tenho! Eu quero
curar as suas feridas!" Mas, você precisa lhe dizer a verdade, abrir o seu
coração, tirar todas as máscaras, e assim, ser completamente curado pelo Deus
de amor!”.