segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Porque um corpo bonito é aquele onde mora alguém feliz



Vi no Fantástico ontem a matéria sobre a jovem Marcelle Mendes Mancuso, de 21 anos que caiu enquanto fazia exercício na academia e lesou a medula. A mesma encontra-se internada e com fortes chances de perder os movimentos do pescoço para baixo. Fiquei por um tempo pensando nesta busca tão exagerada pelo ideal de estética (que nem sei mais de quem é), que faz com que pessoas façam loucuras cada vez mais inusitadas.

Eu já escrevi outros textos aqui incentivando o “movimento”, e realmente acredito que nada é mais daninho para uma mulher que a ociosidade. As mulheres não são feitas para o sedentarismo, não somos feitas para a inércia e isto é um fato que pode ser constatado na vida corrida de todas nós. Entretanto, o estilo ‘magro’ de ser tem se tornado muito mais do que um simples desejo: virou obsessão!

O que eu acho? Acho que final das contas, tanto esforço só tem razão na sua vontade de alcançar um objetivo, que é justo, desde que, esse desejo seja só seu, e não uma busca que até deprimi, para atender a padrões que não dizem a verdade sobre você. A dificuldade, portanto, está em a mulher aceitar-se como veio ao mundo. Amar-se mesmo com as ‘gordurinhas’ a mais.

Exercícios físicos, sem excesso, fazem bem tanto ao corpo quanto à mente. Mas existem coisas mais importantes. É mais proveitoso você buscar se conhecer, buscar em você fatores que te deixam feliz, buscar as alegrias que não estão necessariamente no modelo de corpo magrinho e barriga chapada.

A felicidade será encontrada quando, independentemente de seu manequim, você parar de se preocupar com estrias, celulites e luz apagada. E como super mulheres, espero que possamos dar espaço para realizações menos superficiais na nossa vida.



Espero que a Marcelle se recupere bem, e certamente, o fato de ela ter um corpo saudável auxiliará nos resultados do tratamento que ela deve enfrentar. Mas, espero que essa situação seja uma lição para todas nós. As loucuras em busca de uma perfeição estética de nada serão aproveitadas nem nesta vida, tampouco na eternidade. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Porque as futilidades geram tanto interesse coletivo?





A semana foi fraca no noticiário. Aos poucos se fala menos sobre o “lava jato”, as demandas ministeriais, as pedaladas fiscais, a crise no Oriente Médio a queda na economia... aos poucos esses assuntos dão espaço para assuntos mais comentados, curtidos e compartilhados... Assuntos como a manicure da Fabíola ou até o suposto affair do marido de Ivete.

Eu me pergunto como é possível que assuntos tão fúteis tomem conta de nossa atenção em um ritmo quase que substitutivo... em questão de semanas uma futilidade gera uma nova celebridade que, na semana seguinte, é substituída por um novo meme que vira febre e  hashtag nacional.

Afinal, porque coisas tão idiotas geram tanto interesse coletivo? Porque em diferentes classes e ambientes, se dedica tanto de nossas conversas com coisas que não produzirão sequer um aprendizado? Certamente todos conhecemos a história do pão e circo... infelizmente essa é a realidade de nossos dias atuais.

Bem, enquanto a velocidade deste movimento é nova (uma geração nova que induz o espírito midiático), a existência dessas prioridades não é assim tão recente... um pensador chamado Thoreau , disse:  “A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro,  pelo contrário, degrada-se ao nível do pior.” Essa é talvez uma das grandes verdades do mundo.

Esses dias eu me incomodei com o lance da  rixa prosaica entre duas jovens que  se transformou  em assunto nacional (“Acabou Jéssica”), logo em seguida, fiquei com pena da pobre da Fabíola que teve sua vida exposta em razão de um ato que, embora questionável, só dizia respeito a ela e sua família, mas não durou muito tempo, ela foi esquecida graças a cena de ciúmes de Ivete na festa de ano novo, e não demorará muito para que este meme também desapareça, como aconteceu com a menina do vestido sem cor definida ou com a Luiza que estava no Canadá...

Esta  “Cultura Inútil” (se é que se pode chamar assim), não é coisa de ignorante (não! Não!). Ela atinge os mais diversos círculos, são repetidos por cabeças pensantes e não pensantes. Viver em sociedade tem esta característica, nos adaptamos a todos esses modelos, contudo, o que tem que me incomodado, é que diante de tantos assuntos realmente importantes, as pessoas consigam dedicar tanto tempo e criatividade nessas seara.

Eu não estou me isentando de ver me divertir com alguns destes assuntos. Mas se pararmos para refletir, com certeza todos teremos a mesma conclusão, a de que não podemos pedir um futuro mais intelectual, se não o buscarmos com mais interesse.

Vamos refletir sobre nossa vida no intuito de entender quanto de nossa atenção tem sido dedicada a estas futilidades que, não vão nos ajudar a alcançar as metas e objetivos almejados para nossa vida.

A resposta para minha pergunta inicial não pede um estudo aprofundado. Trata-se do simples fato de sermos e nos permitirmos ser tão superficiais...

Se compartilhamos do pensamento de que o que falamos e pensamos diz quem somos... é importante entender que a responsabilidade de puxar a régua pra cima é nossa...