terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Porque as futilidades geram tanto interesse coletivo?





A semana foi fraca no noticiário. Aos poucos se fala menos sobre o “lava jato”, as demandas ministeriais, as pedaladas fiscais, a crise no Oriente Médio a queda na economia... aos poucos esses assuntos dão espaço para assuntos mais comentados, curtidos e compartilhados... Assuntos como a manicure da Fabíola ou até o suposto affair do marido de Ivete.

Eu me pergunto como é possível que assuntos tão fúteis tomem conta de nossa atenção em um ritmo quase que substitutivo... em questão de semanas uma futilidade gera uma nova celebridade que, na semana seguinte, é substituída por um novo meme que vira febre e  hashtag nacional.

Afinal, porque coisas tão idiotas geram tanto interesse coletivo? Porque em diferentes classes e ambientes, se dedica tanto de nossas conversas com coisas que não produzirão sequer um aprendizado? Certamente todos conhecemos a história do pão e circo... infelizmente essa é a realidade de nossos dias atuais.

Bem, enquanto a velocidade deste movimento é nova (uma geração nova que induz o espírito midiático), a existência dessas prioridades não é assim tão recente... um pensador chamado Thoreau , disse:  “A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro,  pelo contrário, degrada-se ao nível do pior.” Essa é talvez uma das grandes verdades do mundo.

Esses dias eu me incomodei com o lance da  rixa prosaica entre duas jovens que  se transformou  em assunto nacional (“Acabou Jéssica”), logo em seguida, fiquei com pena da pobre da Fabíola que teve sua vida exposta em razão de um ato que, embora questionável, só dizia respeito a ela e sua família, mas não durou muito tempo, ela foi esquecida graças a cena de ciúmes de Ivete na festa de ano novo, e não demorará muito para que este meme também desapareça, como aconteceu com a menina do vestido sem cor definida ou com a Luiza que estava no Canadá...

Esta  “Cultura Inútil” (se é que se pode chamar assim), não é coisa de ignorante (não! Não!). Ela atinge os mais diversos círculos, são repetidos por cabeças pensantes e não pensantes. Viver em sociedade tem esta característica, nos adaptamos a todos esses modelos, contudo, o que tem que me incomodado, é que diante de tantos assuntos realmente importantes, as pessoas consigam dedicar tanto tempo e criatividade nessas seara.

Eu não estou me isentando de ver me divertir com alguns destes assuntos. Mas se pararmos para refletir, com certeza todos teremos a mesma conclusão, a de que não podemos pedir um futuro mais intelectual, se não o buscarmos com mais interesse.

Vamos refletir sobre nossa vida no intuito de entender quanto de nossa atenção tem sido dedicada a estas futilidades que, não vão nos ajudar a alcançar as metas e objetivos almejados para nossa vida.

A resposta para minha pergunta inicial não pede um estudo aprofundado. Trata-se do simples fato de sermos e nos permitirmos ser tão superficiais...

Se compartilhamos do pensamento de que o que falamos e pensamos diz quem somos... é importante entender que a responsabilidade de puxar a régua pra cima é nossa...

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