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Estou esperando vocês lá!!
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Recebi um pedido especial
para falar sobre como eu tratei e trato a questão do “ciúmes” entre meus
filhos. Achei um tema legal mas quero começar dizendo pra você que não há uma
receita padrão para isso. As pessoas são diferentes, cada criança tem seu
desenvolvimento e o relacionamento que ela tem com os que estão à sua volta vai
determinar a reação que ela terá com a chegada do novo “chefinho”.
Quando eu engravidei do
Guel, a Laurinha estava com 02 anos, eu logo fiquei apavorada. Um dos pontos
mais assustadores era o temor de que a Laurinha tivesse muito ciúmes do
irmão. Se o ciúmes entre irmãos já
existia entre Caim e Abel, o que iria impedir que meus filhos vivessem essa
fase?
A primeira coisa a
considerar é que a rivalidade entre irmãos pode acontecer em algum momento, pode ser quando
forem pequenos, pode ser quando forem maiores ou até na adolescência, mas isso
é uma característica humana e não significa que seus filhos precisam de um
terapeuta.
No caso da Laurinha eu a
deixei participar de toda a minha gestação, incentivava ela a falar com o irmão
e sempre dizia coisas que eles poderiam fazer juntos. Levamos ela em algumas
consultas e até deixamos que ela escolhesse coisas para o irmão.
Depois, quando o Miguel
nasceu (e ela estava com 02 anos e 09 meses) nós compramos um presente para que
ele desse para a irmã, o Guel entregou no dia em que a Laurinha foi nos visitar
no hospital, ela ficou encantada (era um cebolinha que ela vinha pedindo há
vários meses).
O presente transformou o
Guel em um amiguinho para ela, mas claro que, por volta de 15 há 20 dias depois
ela começou a perceber que o irmão estava consumindo muito do tempo da casa e
iniciou seu projeto “reconquistar”. Passou alguns dias de dengo, não queria
conversa comigo nem com o irmão (chegou a rejeitar totalmente que eu a pegasse
no colo), e começou a aprontar pequenas “delinquências” que antes não faziam
parte de sua rotina de vida.
Imediatamente lá em casa
iniciamos um plano de contenção desse comportamento, levando em consideração
que entendíamos o momento que ela estava vivendo. A fase não durou quase nada,
com pouco tempo ela já considerava o irmã um novo amiguinho.
·
Eu criei o momento da Laurinha com a mamãe,
começamos a cozinhar juntas. Eu não sou uma chef, mas toda vez que ia para a
cozinha chamava ela para me ajudar e ela ficou apaixonada por isso.
·
Também estabelecemos que, independente da
idade, lá em casa as regras são iguais para todos. Ambos tem os mesmos
compromissos e responsabilidades assim como consequências.
·
Não há regras ou comportamentos permitidos
apenas para um e isso diminui a rivalidade entre eles.
·
Nos policiamos ao máximo com as comparações
(confesso que as vezes naturalmente elas aparecem mas tomamos o máximo de
cuidado para não faze-las para eles). Eles são muito diferentes e a comparação
não ajuda nenhum dos dois.
·
Dividir é importante, mas não permitimos
que o Miguel considere como dele os brinquedos da Laura ou vice versa. Eles
aprendem a brincar com tudo juntos mas sabem que não tem posse sobre o que é do
outro.
·
A justiça lá em casa não se manifesta a
favor do que chora mais alto. Tentamos ensinar aos nossos filhos que eles são
amados igualmente e, embora tenham limitações diferentes seremos sempre justos
com eles.
·
Incentivamos a autonomia e liberdade dos
dois (principalmente da Laurinha que já entende melhor isso). Sempre que ela
faz algo sozinha nós elogiamos e festejamos, isso ajuda a mostrar que ela
precisa menos de nosso suporte para atividades básicas e ela se sente uma
mocinha crescida quando percebe isso.
·
Tenho a ajuda constante de amigos e
familiares que receberam o Guel e demonstram afeto e amor com os dois da mesma
forma.
Hoje, a Laurinha está com
4 anos e 08 meses e o Miguel está com 01 ano e 11 meses. Graças a Deus ela não
tem problemas com o irmão, mas ele ainda está em aprendizado (rs). Hoje temos
mais dificuldades de lidar com isso com relação ao Miguel, mas usamos uma
comunicação aberta com a Laurinha para que ela saiba o porque desse
comportamento e como pretendemos tratá-lo aos poucos.
Vira e mexe tem alguma
situação dramática para resolver. Por exemplo, o Guel é um bagunceirinho e a Laurinha odeia
quando ele destrói a brincadeira dela, mas de imediato ela me chama para
corrigir a atitude e recomeça sem muito drama, ou ele está lá assistindo Bita e
os Animais e ela vem com o dedão e muda para o Hi5, logo eu descubro através
dos gritos que aconteceu alguma coisa. Enfim... nem tudo são abraços e carícias
(rsrs), mas, posso dizer que Graças a Deus eles tem um bom relacionamento que,
espero ver perpetuado até a volta de Cristo!
Se você está esperando o
segundo ou terceiro filho tenha calma e paciência. Não é uma regra geral que o
ciúmes será um problema na sua casa, pode não ser. Tudo vai depender de como você
decide tratar todas as situações de conflito que possam existir. Minhas
técnicas podem funcionar ou não, minha dica é vá com calma e tente ensinar ao
seu filho mais velho como será bom ter mais um membro na família. Não subestime
a relação entre irmãos, trate cada situação e não deixe que um pequeno sintoma
vire uma grande enfermidade.
Se você já tem mais de um
filho e está vivendo essa fase saiba que, independe dos erros que possa ter cometido
até hoje, tem conserto!! Há solução!! De fato é mais fácil prevenir que
remediar, mas independente da fase que esteja vivendo saiba que basta uma
decisão para mudar o rumo dos relacionamentos na sua casa.
Não há uma única resposta
para a pergunta central desse post. O relacionamento entre irmãos é um desafio,
e como tudo na relação humana, é complexo, é diário e continuado, cada dia você
ajuda a construir a amizade e o relacionamento familiar.
Amei irmã Renata !! Muito edificante !!
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